quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Novos lançamentos da Editora Marca de Fantasia

Henrique Magalhães, lança duas ótimas edições para os amantes da teoria sobre os quadrinhos, com os livros de Marcio Salerno e Paulo Ramos. Entrem em contato no novo e-mail do Magal: marcadefantasia@gmail.com

Tiras livres: um novo gênero dos quadrinhos

Há alguns anos, em sua trajetória acadêmica como professor e pesquisador, Paulo Ramos vem se dedicando a investigar os quadrinhos com um olhar perspicaz sobre sua linguagem e transformações. Um de seus temas prediletos é o formato tira, expressão dos quadrinhos que vai muito além de uma circunstância espacial para constituir-se em novos gêneros.
Na apresentação desta obra o autor afirma que há uma mudança significativa nas tiras brasileiras: “Parte delas deixou de lado a herança do humor e passou a tatear outras temáticas. Visualmente, elas começaram a apresentar experimentações gráficas. Era algo novo, diferente, que ganhou força e repercussão a partir de meados da primeira década deste século.”
A esse fenômeno, que tem na obra de Laerte sua força expressiva máxima, Paulo passou a denominar tiras livres. O estudo que ora se apresenta é o aprofundamento de suas pesquisas com esse tipo de quadrinhos, que já havia merecido enfoque em seu livro Faces do Humor – Uma Aproximação entre Piadas e Tiras, de 2011 e em várias pesquisas e comunicações em congressos nacionais e internacionais de Linguística, Literatura e Comunicação.
Com este livro, Paulo Ramos espera ter alcançado seu objetivo, “demonstrar a existência de um novo gênero dos quadrinhos, a tira livre. Um gênero que traz uma marca bem brasileira em seu DNA e que ainda carecia de uma detalhada análise própria.” HM

O cinematográfico, o pós-moderno e o mágico no mundo dos quadrinhos

Este ensaio foi escrito no início da década de 2000 e lançado às nossas próprias expensas. Agora, ele volta à luz, graças ao trabalho do editor Henrique Magalhães, da Marca de Fantasia, que releu o trabalho e se interessou em lançá-lo através de sua editora. A pretensão não é fazer um apanhado geral daquilo que de melhor foi lançado no Brasil por ocasião do boom, mas se debruçar sobre a obra de três roteiristas em particular, cujas obras foram muito importantes para a futura definição daquilo que viria a ser reconhecido no futuro das HQs americanas como "quadrinhos adultos". Um é americano e, além de roteirista, é também desenhista. O outro escocês e o terceiro, britânico.
Frank Miller, o americano, deu o chute inicial com Batman – The dark knight returns. Após fazer uma das melhores estórias do Batman, claro, ele “pisou na bola” e trouxe à luz, A Volta do Cavaleiro das Trevas, uma série em três edições cheia de pretensão, mas pavorosa em sua concepção. Aliás, vergonhosa, mesmo. Não foi à toa que a divisão de quadrinhos da Editora Abril jogou a toalha logo após lançá-la por aqui, em 2002. Antes de Miller inovar e, depois, dar para trás, entretanto, o britânico Alan Moore já quebrara várias barreiras com sua versão para Swamp Thing (O Monstro do Pântano), criação original de Len Wein e Berni Wrightson. Pouco depois, o escocês Grant Morrison pegaria todas estas tendências e lhes daria um toque dadaísta e surreal, com títulos como Doom Patrol (A patrulha do destino) e Animal Man (Homem-Animal).
Todos estes personagens podem soar, e parecer fisicamente, apenas como super-heróis destinados a fazer a alegria das crianças e adolescentes até 15, 16, 17 anos para, logo depois, serem esquecidos. Mas a coisa não era bem por aí.
Nas mãos desse pessoal, Batman, Miracleman, Ronin, o Coringa, Duas Caras, gente que os quadrinistas sempre conheceram muito bem, provaram que eram poços de insegurança muito mais profundos do que supunham os leitores de HQs. Uma insegurança que se faz presente em nenhum outro lugar que não nosso próprio eu interior.
Trecho da apresentação do livro, por Márcio Salerno


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