quinta-feira, 3 de abril de 2014

Resenha - Capitão América & Gavião Arqueiro 4 e 5

Nº 4, Janeiro de 2014, 68 páginas, capa couche brilho e miolo pisa brite, Nova Marvel, R$ 6,50. Em Capitão América 4 e 5, publicados na sequencia (Roteiro Rick Remender, desenhos de John Romita Jr. e arte final de Klaus Janson) segue Steve tentando sobreviver na Dimensão Z, com Arnin Zola no encalço, literalmente grudado no velho Cap. Após onze anos, na companhia de Ian e dos Phrox, raça inimiga de Arnin e sua trupe, o cerco começa a aumentar e um combate se torna inevitável. O que dizer de história em que o Cap. carrega por tanto tempo na barriga uma TV Zola? Remender faz títulos autorais para a Image e estas porcarias para a Marvel. Deveria ter lido toda a fase Brubaker para ver se aprendia alguma coisa. Os desenhos de Romita retratam o momento: trabalho apressado, nada brilhante de um artista reconhecido por seu talento, mas agora plenamente entendido, pois o mesmo já estava de casamento marcado com a DC - irá desenhar o Superman. Na HQ ainda temos diversas lições de moral de Steve à seu pupilo, que bate e nocauteia montros gigantescos e ferozes entre uma lição e outra, frases feitas de Zola, e no final, para arrematar, como se não bastasse ser arremessado de um penhasco, Steve ainda tem tempo de arrancar "na unha" (com uma bela faca) a TV Zola instalada na sua barriga... tudo sem anestesia, claro. Recuperação alguns dias? Que nada, e o menino prodígio cuméquefica? E lá vai o pobre Steve salvar o garoto... ufa! Sinceramente não vejo salvação neste arco que nasceu mal e só piora no decorrer das edições.
A seguir Clinton Barton, o "Gavião Arqueiro" Vingador coadjuvante brilhantemente aproveitado nesta série solo escrita por Matt Fraction, desenhada por Javier Pulido com cores de Matt Holingsworth e capas de David Aja) começando o arco "A Fita". Com o mote "isso é o que ele faz quando não está sendo vingador", nos apresenta mais uma história divertida, bem escrita com diálogos na medida certa, desenho leve (alguém já disse que Javier emula Mazzuchelli, não acho... mas mesmo que fosse, David é um bom cara para ser emulado, pior seria se ele emulasse um Liefeld!!) e cores bem aplicadas. Uma fita mostrando o Gavião assassinando um Ditador vaza e começa a correria para resgatá-la antes que caia em mãos inimigas e possa ser usada contra a Shield, Vingadores e o EUA. A HQ começa de forma original como ja é tradicional no título e durante a leitura aquele show de referências ao Universo Marvel, uma coadjuvante como há muito não se via, Kate Bishop, além de um leilão em um hotel de luxo com figurinhas de organizações como Hidra, Ima, Tentáculo entre outros... conclusão a seguir. A diferença entre estas duas séries está no tom dado pelos roteiristas. Enquanto Remender erra a mão com um peso desnecessário de dramaticidade e se levando a sério demais, Fraction faz justamente o contrário, com uma paródia divertida de super heróis, leve, engraçada e que presta homenagem a clássicos dos quadrinhos recentes e a séries como a de Batman de Adam West, entre outras referências.

Nº 5, Fevereiro de 2014, 68 páginas, capa couche brilho e miolo pisa brite, Nova Marvel, R$ 6,50.
Nesta edição a volta do mix completo com nova aventura dos Vingadores Secretos, que me surpreendeu e relato a seguir. A edição abre com o interminável arco do Capitão América (6) sofrendo o diabo nas mãos do maligno Arnin Zola (nazista de carteirinha) com direito a TV Zola e tudo... na história - mesma equipe criativa com acréscimo dos arte finalistas Tom Palmer e Scott Hanna - o menino Ian está nas mãos de Zola e sua irmã e Steve quer resgatá-lo de qualquer jeito. A HQ segue sem rumo e parece não ter mesmo salvação nas mãos de Remender.
Em Vingadores Secretos 4 (Nick Spencer roteiro, Luck Ross desenhos e Mathew Wilson cores) vemos a Shield em ações mais realistas e missões mais espinhosas, lembrando as idéias de Warren Ellis em Frequencia Global, mas com certa personalidade no roteiro, bons diálogos nos bastidores das operações e a politica  inerente a uma agência como esta, além da pequena e hilária participação de Tony Stark, com um belo gancho no final envolvendo a IMA. Não é nada maravilhoso, o desenho de Ross é apenas competente, mas anos luz à frente da ridícula saga do personagem título, o que equilibra para melhor o mix desta revista.
Com o melhor de novo para o final, temos o Gavião Arqueiro e a conclusão do arco "A Fita" iniciado na edição anterior. Na história, com a mesma equipe criativa, adrenalina já na primeira página, sequencia "a la Tarantino" e "Watchmen" com Clinton voando literalmente pela janela em meio a estilhaços do vidro. A sequencia toda a seguir é muito bem orquestrada, culminando com o diálogo afiado entre Madame Máscara e Kate Bishop acerca de um maço de cigarros Gitanes. Além de todas as facções criminosas da Marvel reunidas para um mal comum o final é imprevisível e coerente com o personagem. (Marcos Freitas)



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