domingo, 10 de novembro de 2013

Atomic Quadrinhos por aí...

Resenha de Roberto Guedes em http://guedes-manifesto.blogspot.com.br/ em seu Boletim Manifesto: 

13º Boletim Manifesto

Dias atrás, eu recebi um pacote com várias publicações bacanas do selo Atomic Books, editadas por Marcos Freitas. Todas produzidas com enorme capricho gráfico e com uma seleção de material bem interessante, principalmente para quem curte quadrinhos independentes - e se este não for o seu caso, você não sabe o que está perdendo.

A começar com Monstros dos Fanzines 1, dedicado à obra de Joacy Jamys (1971-2006), figura quase lendária da fanedição brasileira, editor do Singularplural, entre outros títulos alternativos. A edição traz em suas 136 páginas, várias HQs, tiras e cartuns de Jamys. A arte da capa é de Félix Reiners.


Quadritos 10 volta após um tempo na geladeira trazendo histórias de vários autores, e uma do saudoso mestre Flavio Colin. O fanzine tem 40 páginas e capa de Mozart Couto. Mas é em Quadritos 11, com suas 100 páginas e lombada quadrada, que Freitas se supera. Emir Ribeiro conta a história "Michèlle, A Vampira" (protagonista da capa), e Bira Dantas faz um convite à reflexão em "Escuro". As outras HQs são de gente importante, como Edgard Guimarães, Henrique Magalhães e Gazy Andraus.

Além disso, esse verdadeiro tijolo quadrinístico contém reportagens e resenhas sobre outras revistas e autores, e apresenta uma extensa entrevista com Flávio Calazans, autor de inúmeros projetos editoriais, como A Guerra dos Golfinhos e o fanzine Barata. 

Freitas também reproduz um clássico do underground americano:Cobalt 60, de Vaughn Bodé. Essa história pós-apocalíptica foi publicada pela primeira vez em 1968, no fanzine Shangri L' Affairs 73, mas alcançou maior visibilidade dois anos depois, ao ser reprisada em Witzend 3, um prozine editado por Wally Wood.


Falando em Bodé, um artista da mesma geração de Robert Crumb, falecido em 1975, com trabalhos publicados no magazine Heavy Metal, ganha pela Atomic Books a coletânea The Bodé Broads, um portfólio de pin-ups de suas famosas figuras femininas exóticas e corpulentas.

A impressão foi feita em papel reciclato (não confundir com reciclado). Também nesse sistema, Freitas lança Nomes 1, série em formato álbum dedicada a vida e obra de grandes gênios do cinema e HQ. Para a estreia, o diretor Pier Paolo Pasolini tem sua carreira analisada.

Para adquirir as publicações da Atomic Books, acesse o blogFanzine Quadritos.

Outra boa pedida é a revista independente Ói! 2, do selo Darcel. Rodrigo Costa e Rodrigo Seixas voltam com tudo, e contam com a colaboração criativa de Arlan Clecio e Edson Lima. HQs variadas e uma capa chocante de Luís Carlos Meira. Contato: Darcel Comics.

Finalmente - e com orgulho - anúncio no Manifesto um novo trabalho do meu amigo Jota Silvestre, jornalista de primeira, especialista em quadrinhos, e cada vez mais versátil na arte da escrita. Novamente Jota ataca de roteirista, no álbum O Fundador, lançamento da Editora Europa.

Trata-se da quadrinização do romance histórico do escritor Aydano Roriz, sobre as aventuras de Tomé de Souza.

Totalmente colorida e com desenhos de JB Fernandes, a publicação pode ser encontrada nas melhores bancas de jornal do país.

E por enquanto é isso!

© Copyright Roberto Guedes. Todos os direitos reservados.


Em http://www.mensagensdohiperespaco.blogspot.com.br/ Cesar R. T. Silva fala sobre Quadritos nº 11: 

Quadritos 11

Extremamente vigorosa está a nova edição do fanzine Quadritos, publicação de quadrinhos e afins editada por Marcos Freitas, veterana dos anos 1980 que retornou há alguns meses e agora apresenta uma seleção de trabalhos inéditos, em 100 páginas muito bem impressas e capas em cores.
Assinam trabalhos os quadrinhistas brasileiros Emir Ribeiro, Bira, Flávio Calazans, Gazy Andraus, Luciano Irrthum, Henrique Magalhães, Edgard Guimarães, Marcos Freitas e Batata, e uma aventura de Cobalt 60, do norte americano Vaughn Bodé, a quem o editor também dedicou a recente edição especial The Bodé Broads. Mas não é só. Quadritos 11apresenta artigos sobre o filme Amarcord, de Fellini, e as tiras de Jack Kirby, um longo batepapo com Flávio Calazans, e a coluna "Taverna Quadritos" com notícias sobre quadrinhos e fanzines, entre os quais reproduções de artigos colhidos em saites e blogues, inclusive do Hiperespaço. A capa traz uma ilustração de Emir Ribeiro.
O exemplar é vendido por R$10,00, mais as despesas de correio, e os pedidos devem ser encaminhados para fanzinequadritos@gmail.com. Recomendadíssimo.

Marcio Sno em http://zinismo.blogspot.com.br/ falou assim de Monstros dos Fanzines nº 1 / Joacy Jamys:

JOACY JAMYS



Joacy Jamys era um cara hiperativo. Sempre estava produzindo alguma coisa: seja na sua banda Estrago, nos seus zinesSociedade dos MutiladosNão Sistema!Grito?, subindo alguma coisa em seu site, organizando o grupo SingularPlural(anteriormente chamado de Grupo de Risco), manifestando-se contra o sistema, ou mesmo fazendo alguma ilustração para alguma banda ou zine. Nas horas vagas até dava aulas de histórias em quadrinhos.

Ele deve ter colaborado para 90% dos zines dos anos de 1990, sempre tinha uma tira ou HQ sua (geralmente a mesma em diversos zines diferentes). Nos meus zines coloquei diversas delas. Nenhuma exclusiva, exceto a lindíssima capa do Aaah!!#5.

Na época em que fez essa capa, ele me mandou a ilustração original, a qual guardei por muito tempo em minhas coisas. Mais de dez anos depois, já conversando com ele via e-mail, comentou que estava montando uma coletânea que possivelmente sairia em formato de livro e estava recolhendo materiais que produziu. Comentei com ele sobre o original e ele gentilmente me pediu e eu prontamente enviei. Dois meses depois, recebo a notícia de que ele foi acometido por um AVC que o levou para o além. Fiquei anos batendo a cabeça para saber do que se fez com esse material, mas até hoje não obtive uma resposta sobre.

Anos mais tarde (mês passado) recebo em minha casa a primeira edição da publicação Monstros do Fanzine, lançado pela editora independente AtomicBooks, que é inteiramente dedicada a Joacy Jamys! E não é uma publicação qualquer: são 136 páginas dedicadas ao artista radicado em São Luis/MA, com tratamento de imagens, papel especial e impressão magnífica.

Capa da primeira edição da série Monstros dos Fanzines dedicada a Joacy Jamys
Ilustração para a banda
The Power of The Bira

A publicação lançada em setembro de 2013 apresenta diversas fases e estilos de Jamys: desde quando ainda estava engatinhando nos rabiscos, passando pelos traços mais sujos, chegando até um estilo mais maduro, o qual lhe rendeu o título de “Moebius brasileiro”. Além das diversas tiras, HQs, capas de demo-tapes e zines, logotipos e charges, ainda tem um artigo de Gazy Andraus, uma entrevista de 2004 e a apresentação de Henrique Magalhães.

O editor Marcos Freitas acertou em cheio em inaugurar essa publicação com um artista tão eclético e polêmico que, além de ser um artista underground ímpar, era uma grande pessoa, conectada com tudo que acontecia ao seu redor e no mundo e sempre disposta a ajudar de alguma forma.

Um importante registro feito de forma bastante profissional (mais que merecido) e que serve para os velhos relembrarem a arte desse artista que não teve o reconhecimento do “grande público” na sua época e para os mais novos se inspirarem num trabalho que não foi agraciado por mesas digitais ou programas de aperfeiçoamento de imagens.






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